Barbara Anger
3 min readOct 28, 2020

Muitas vezes algumas coisas tornam-se normais no nosso dia a dia, tanto quanto respirar ou beber água. Tudo que é rotineiro, acaba sendo natural para o ser humano, então os detalhes menores deixam de ser notados.

A área da TI é complexa, desde seu início — desde o desenvolvimento, planejamento e até a execução de testes. Porém o que poucos param para pensar é que quem criou o primeiro algoritmo foi uma mulher, conhecida como Ada Lovelace. A lógica de computação foi baseada neste evento. Anteriormente a área não era algo profissional, então havia maioridade de mulheres na área, além de o termo “bug” ter sido criado por Grace Hopper, a primeira mulher a se formar em Yale.

Ada Lovelace

Ela era uma prodígio desde sempre, aos 12 anos apenas ela escreveu um livro, por ser obcecada com a ideia de criar mecanismos voadores. Então criou e ilustrou Flyology.

Ela inspirou uma linguagem computacional, embora hoje em dia a mesma não seja tão usada. A linguagem Ada foi criada na década de 1970 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais conhecida por trabalhar com Charles Babbage, criando o primeiro algoritmo para ser usado em sua máquina analítica. Sendo hoje em dia então um exemplo para as mulheres da área, que inspirou o dia de Ada Lovelace, na segunda terça-feira de outubro.

Detalhes como este são ignorados no dia a dia muitas vezes, fazendo com que várias mulheres sejam menosprezadas na área. Muitas mulheres desistem de estar na área, por causa do preconceito de gênero. Termos como “mulheres são inferiores biologicamente” são testemunhados pelas mulheres como uma forma de inferiorização intelectual para com elas, como se uma pessoa programadora devesse ser do gênero masculino.

Mesmo que muitos digam que não têm preconceito, deve-se lembrar que uma forma de preconceito é ver ele acontecendo e não agir sobre ele. É o que ocorre no dia a dia, então piadas sobre mulheres acabam sendo consideradas algo como humor, mas coisas pequenas como essas geram coisas grandes e opressão psicológica, para uma mulher que está tentando crescer na área e já ouve coisas preconceituosas todos os dias.

Mulheres são minoria na área

O último censo do Brasil diz que apenas 20% das mulheres atuam na área, nos Estados Unidos consta que apenas 25% são ocupados por pessoas do sexo feminino. Há muitas habilidades que são consideradas femininas desde a infância, o que faz com que mulheres prefiram escolher outras áreas que sejam mais fáceis de exercer, devido ao preconceito ser mais baixo, não que seja inexistente também, tais como comunicação.

Antes que seja presumido que seja escolha das mulheres isto, é pedido que seja refletido do leitor deste artigo: Quantas mulheres há no seu time? Quantas delas se sentem confortáveis nesta área? São perguntas que fazem refletir e todos devem se questionar todos os dias sobre isso, não apenas sobre machismo, mas toda forma de preconceito.

Embora o foco do artigo seja a área da TI, há muita dificuldade para mulheres em outras áreas também, tais como a pesquisa. Apenas 30% das mulheres do mundo todo estão na área da pesquisa. Mesmo que o número de mulheres entrando na universidade tenha aumentado, muitas acabam desistindo nos estágios mais complexos da área.

Nunca é muito tarde para abandonarmos nossos preconceitos.

— Henry David Thoreau

Fontes: Unesco, BBC, Época Negócios

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Written by Barbara Anger

Senior Software Developer @Wex

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